O apocalipse é um cenário recorrente nas séries de TV, mas poucos mundos são tão brutais quanto os retratados em The Last of Us e Fallout. Lançadas em plataformas diferentes, as duas produções mostram realidades distorcidas por colapsos sociais e ameaças constantes. Mas, afinal, em qual desses universos seria mais difícil sobreviver?
Ambas as séries mergulham o espectador em ambientes hostis, onde a humanidade perdeu o controle e a esperança virou moeda rara. No entanto, os perigos enfrentados por Ellie e Joel em The Last of Us são bem diferentes dos que Lucy e seus aliados enfrentam em Fallout. A comparação revela muito sobre o tipo de ameaça que cada mundo representa — e sobre como nós, como sociedade, poderíamos reagir.
A ameaça do contágio: fungos vs radiação
Em The Last of Us, o maior vilão não é um vírus tradicional, mas um fungo real: o Cordyceps. Ele transforma humanos em criaturas agressivas e irracionais, tornando qualquer mordida um risco de morte. O contágio é rápido, e a infecção se espalha por esporos, mordidas e arranhões. Não há vacina, nem cura.
Já Fallout trabalha com outro tipo de ameaça: a radiação nuclear. Embora o perigo não esteja em uma infecção que se alastra de pessoa para pessoa, a exposição prolongada à radiação gera mutações bizarras e doenças crônicas. Criaturas como ghouls e Deathclaws são resultado direto desse ambiente tóxico.
Enquanto o mundo de The Last of Us exige evitar qualquer contato físico com infectados, Fallout exige atenção a tudo: água, ar, alimentos e até construções podem estar contaminadas. A sobrevivência depende de um bom detector Geiger e muita sorte.
A estrutura social: colapsada vs corrompida
Na série da HBO, a sociedade praticamente deixou de existir. Os poucos centros urbanos são controlados com mão de ferro por grupos autoritários, como a FEDRA, enquanto outros sobreviventes se organizam em facções brutais ou comunidades isoladas. É um mundo onde a confiança é escassa e a violência é rotina.
Em Fallout, o mundo é caótico, mas ainda existe alguma estrutura social. Empresas como a Vault-Tec deixaram legados ambíguos, e novas facções surgiram das cinzas da antiga civilização. Algumas cidades tentam funcionar com governos locais, mesmo que precários. Há um pouco mais de “civilização” — ainda que corrompida.
Sobreviver em The Last of Us é como viver na selva: cada encontro humano pode ser fatal. Em Fallout, há espaço para negociação, comércio e até algum senso de comunidade, apesar dos riscos. Isso dá aos personagens uma margem maior para se adaptar.
Tecnologia e recursos: escassez extrema vs improviso radioativo
A escassez de recursos é outro ponto crítico. Em The Last of Us, gasolina, armas, comida e medicamentos são raridades. Cada item é precioso, e a falta de qualquer um pode significar a morte. A maioria da tecnologia moderna ficou para trás.
Já em Fallout, apesar do colapso, ainda se vê uso de robôs, armaduras mecanizadas e computadores analógicos. A série brinca com um retrofuturismo estilizado, onde o improviso se alia à tecnologia antiga para criar soluções criativas. Quem sabe mexer com sucata, tem uma chance a mais.
A vantagem de Fallout é que o improviso pode te dar uma arma poderosa. Em The Last of Us, muitas vezes nem o improviso salva. É a diferença entre lidar com escassez e aprender a reciclar.
Psicologia da sobrevivência: trauma silencioso vs cinismo absurdo
O clima emocional também pesa. The Last of Us mergulha no trauma, na dor da perda e na desconfiança como mecanismo de defesa. Cada episódio mostra como sobreviver cobra um preço psicológico altíssimo. O tom é sombrio, realista e carregado de tensão.
Fallout aposta em outro caminho: o humor ácido e o absurdo como válvula de escape. Apesar da destruição, a série consegue rir da desgraça com um tom sarcástico. Isso muda tudo. A mentalidade dos sobreviventes é menos carregada, mais resiliente — ou pelo menos, anestesiada.
Enquanto em The Last of Us a tristeza é inevitável, Fallout transforma o caos em algo quase cômico. Isso influencia até na forma como os personagens lidam com a dor: em um, ela é silenciosa e pesada; no outro, é debochada e adaptativa.
Então… qual é o pior apocalipse?
Se a pergunta é “qual seria mais difícil de sobreviver?”, a resposta parece pender para The Last of Us. A combinação de um fungo implacável, recursos escassos, sociedades despedaçadas e constante ameaça física e emocional cria um cenário quase insustentável.
Já Fallout, embora caótico e radioativo, oferece brechas: há mais espaço para improviso, humor e até reconstrução. Os perigos são grandes, mas menos onipresentes. Há um pouco mais de margem para errar — e sobreviver.
Em resumo: The Last of Us mostra o apocalipse como um fim lento e doloroso. Fallout, como um recomeço torto e perigoso. Nenhum dos dois é fácil, mas um deles é quase impossível.
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